Etnofarmacologia - Etnobotânica

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Para comemorar a Semana da Ciência, convidámos para a nossa escola uma investigadora da Universidade Nova de Lisboa, a Drª Maria do Céu Madureira.
O trabalho desta cientista é muito parecido com o que Garcia da Orta fazia no seu tempo, por isso a sua conferência foi muito interessante para o nosso projecto.



Uma curiosidade é que esta investigadora é tia da nossa colega Inês Brás, mas ela não sabia porque a professora nunca disse o nome da cientista que nos vinha dar a aula. Por isso, no momento da chegada, foi uma grande surpresa para a sobrinha que ficou encantada e orgulhosa com a descoberta
Vamos contar-vos como tudo se passou:
Na Semana da Ciência, a minha tia Maria do Céu Madureira, que é investigadora de espécies de plantas medicinais em S. Tomé e Príncipe, veio à nossa escola ensinar-nos um pouco do que sabe.
Vamos começar a entrevista pois estamos muito curiosos:

Porque escolheu esta profissão?
Escolhi esta profissão porque sou uma pessoa muito curiosa. Além disso, desde criança que mantenho contacto com a natureza. Sempre fui escuteira e mesmo já a frequentar a universidade, continuava a defender a Natureza sendo caminheira.
Na sua profissão já fez alguma descoberta importante? Qual?
Sim, já fiz. A minha equipa descobriu uma espécie de girassol do qual se pode fazer um medicamento que pode contribuir para a cura da malária.

E já encontrou muitas plantas medicinais?
Em quinze anos de trabalho já descobri mais ou menos trezentas plantas medicinais, mas nem todas as plantas que existem servem para curar.

Pensa que já estão quase a descobrir a cura para a Malária?
Sim. Como já disse atrás, descobrimos em S. Tomé e Príncipe uma planta que depois de analisada em laboratório, se concluiu que pode matar o micróbio que causa a Malária. Esta doença é muito contagiosa em locais onde existem mosquitos, através dos quais ela se propaga.

Estas foram só algumas das muitas perguntas que fizemos à minha tia.
Foi uma aula diferente das outras e eu adorei a surpresa que as professoras e a minha tia Céu me fizeram.


Inês Madureira Brás


Hoje tivemos uma aula diferente. E porquê?
Nós hoje tivemos uma aula diferente porque foi à nossa escola uma investigadora. Ela chama-se Maria do Céu Madureira e investiga plantas medicinais que curam doenças como a Malária.
A Doutora Maria do Céu foi investigar em São Tomé e Príncipe.
Esteve numa floresta de nevoeiro que ficava no cimo de um monte muito alto. Lá, ela encontrou plantas curiosas que os terapeutas tradicionais usam para tratar muitas doenças.


Ela contou que durante uma expedição escorregou, torceu um pé e ficou com muitas dores. Foi tratada por um senhor de São Tomé, especialista destes problemas. Ele aplicou um remédio feito de uma planta esmagada que lhe tirou a dor rapidamente.

A Doutora Maria do Céu ensinou-nos que lá em África têm duas estações:
Chuvas e Gravana.

O trabalho desta equipa de investigadores é muito interessante porque ajuda outras pessoas a utilizarem bem as plantas.
Eu achei esta lição muito curiosa porque aprendi muitas coisas novas.
Matilde Domingues

Eu gostei muito deste dia!
A senhora cientista que veio dar-nos esta aula trouxe-nos um livro escrito por ela, pelos seus alunos e pelos terapeutas tradicionais de S. Tomé, onde vêm as plantas que curam e as receitas para a sua utilização.
A escola comprou o livro e a Dr.ª Maria do Céu escreveu-nos uma dedicatória.
Joana Marinho

Este livro é muito parecido com o livro de Garcia da Orta onde vinham os nomes das plantas e como se usavam para tratamentos.
O dinheiro da venda deste livro é todo para os terapeutas de S. Tomé que ganham muito pouco com o seu trabalho de curar pessoas.
Veio à nossa escola do Serrado uma cientista que explora as plantas medicinais na floresta, com uma equipa de botânicos e alunos da faculdade de farmácia da Universidade de Lisboa.
Nas florestas de S. Tomé há vários animais perigosos como a cobra preta e a tarântula. Também têm que abrir caminho na vegetação com catanas e atravessar rios a pé. Se acontecer algum acidente não há maneira de os socorrer. Por tudo isto é um trabalho muito arriscado e difícil.


Vimos fotografias da equipa na floresta, projectadas pelo computador.

Também os vimos a pôr etiquetas nas plantas que descobriram e a entrevistarem as pessoas que conhecem os usos medicinais dessas plantas. Com esta aula aprendemos muitas coisas sobre a Malária. Funciona assim: se uma pessoa com Malária está ao pé de outra não lhe pega. Mas se um mosquito pica nela, ao mesmo tempo que lhe pica tira um pouco de sangue com Malária que mete dentro de si. A seguir leva-a e passa-a quando pica na outra e assim pode-se contagiar a maldita Malária.
Depois de fazermos as perguntas todas do nosso guião de entrevista, a nossa turma ofereceu à Dr.ª Maria do Céu um vaso de plantas aromáticas.

Mariana Janardo

 
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